Quanto dinheiro seu código gera?

Quanto dinheiro seu código gera?

Se você não tem os dados para responder essa pergunta, é muito provável que você esteja jogando dinheiro no lixo. Eu sempre falo pra galera que saber tangibilizar o resultado financeiro do seu trabalho é o primeiro passo para alcançar sua própria autonomia como dev e como pessoa.

Para mudar o rumo das coisas e conseguir trabalhar com projetos que realmente façam sentido, você precisa abandonar essa mentalidade de querer fazer uma porrada de coisas e começar a focar em fazer coisas que podem ser mensuradas, coisas que dão dinheiro.

Quando você consegue demonstrar o valor que é capaz de agregar por meio do seu trabalho, pode sugerir uma fatia que você quer morder do montante que é gerado para a empresa ou para o cliente.

Nesse modelo, você não vai mais precisar choramingar para aumentar uns trocados no seu salário, pois vai poder negociar parte da grana que você está produzindo ou que está ajudando a economizar.

Você deixa de ter um teto e passa a ter possibilidade de ganhos financeiros proporcionais à sua capacidade de entrega.

Isso tudo pode parecer complicado no início. Por isso, para te ajudar nesse caminho, vou compartilhar com você alguns aprendizados que tive na minha jornada.

#1 O trabalho é criar valor

Se o seu código não está botando dinheiro no bolso ou reduzindo custos de alguém, você está destruindo e não criando valor. O trabalho só é efetivo mesmo, quando traz um resultado financeiro ou operacional positivo para o usuário do software que você está criando.

Por isso, é importante que você saiba exatamente qual problema o seu cliente precisa resolver ou quais os resultados que ele espera da solução que você tá criando. E, para conseguir fazer isso, você tem que entender que o papel de um programador não é criar software, mas entender como usar a tecnologia para aumentar a capacidade de interação, realização e solução de problemas. O código é um meio e não um fim.

Quando você tem consciência do problema que resolve, consegue estabelecer uma relação muito mais proativa com seu chefe, com seu cliente e com seus colegas de equipe. Isso ajuda o time a fugir de demandas inúteis e a focar no que realmente é importante.

#2 Tempo e eficácia são mais importantes do que volume e eficiência

De que adianta ser super eficiente, se você está indo para o lado errado? De que adianta executar uma infinidade de demandas, se nenhuma resolve o problema do usuário? Esse modelo é um ralo imenso de grana.

O foco deve ser desenvolver a solução mais eficiente no menor tempo possível. Encurtar os ciclos de feedback e testar seu código na vera. Baby steps mesmo! Dessa forma, além de acelerar a curva de aprendizagem da equipe em relação às necessidades do cliente, você também economiza muito dinheiro.

Trabalhar em algo que realmente faz sentido também tem um impacto real na motivação do time. Além disso, você consegue criar relações mais saudáveis, pois está de fato criando valor para sua rede e para o ecossistema como um todo.

#3 Grana é a linguagem universal

Para evitar que o pessoal de produto diga sim para todo e qualquer pedido do cliente e inche o backlog (que vai acabar caindo no seu colo em algum momento), é importante botar preço nas coisas.

Para ilustrar melhor esse ponto, vou contar um caso que ocorreu com um amigo meu. Na empresa grande onde ele trabalhava, os donos investiam, só para manter o time rodando, 3 milhões por mês.

Esse amigo resolveu dividir o número de demandas que cada programador era capaz de pegar por esse valor. O resultado: cada nova demanda custava R$21k.

Ao trazer a conversa para o nível da grana, ele conseguiu estabelecer uma comunicação com a galera de produto, que passou então de dizer alguns nãos para o cliente. Dessa forma, a equipe como um todo passou a focar no que realmente era importante, no que criava valor. O que nos leva ao nosso último ponto.

#4 Desenvolva sua capacidade de gerar valor

À medida em que você enxergar e tangibiliza o valor que consegue criar, você aumenta o seu próprio valor. Isso vai te tornar um profissional e uma pessoa muito mais livre.

O mercado de problemas é muito mais vasto e valioso que o mercado de trabalho. Nesse sentido, um resolvedor de problemas tem muito mais chances de não se tornar refém de uma única fonte de renda. Isso vai te permitir ser mais protagonista da sua carreira e não ter de se submeter a relações de trabalho que não estejam alinhadas com seu propósito.