De Quebrados A Nômades Digitais Na Europa — Conheça A Trajetória Do Casal Fentanes

De Quebrados A Nômades Digitais Na Europa — Conheça A Trajetória Do Casal Fentanes

Pense na seguinte situação. Você é convidado para ser sócio da empresa onde trabalha e, pouco tempo depois, ela quebra e você se vê sem grana e com um monte de contas para pagar. Foi exatamente isso que aconteceu com o casal Henry e Aline Fentanes.

Mas calma! Essa não é uma história triste. Muito pelo contrário. Como diz o velho ditado, há males que vêm para bem. Diante do cenário adverso, eles deram início ao processo que mudou a vida deles: começaram a trabalhar como freelancers.

O negócio começou a ir bem, eles conseguiram se estabilizar e decidiram comprar um apartamento. Acabaram desistindo em cima da hora e usaram a grana para ir à Euro Python.

Partiram para o velho continente e não voltaram mais. Eles já moraram em diversos países da Europa, hoje vivem em Zagreb na Croácia e tem um plano de montar a própria agência.

Essa dupla tem uma das jornadas mais transformadoras do Welcome To the Django. A história deles me trouxe três grandes lições, que gostaria de compartilhar com vocês neste artigo.

#1 Sacrifício hoje, vitória amanhã

Para fazer a transição para a vida de freelancer, o casal adotou uma estratégia interessante. Ao analisar as principais plataformas, perceberam que um dos pontos mais importantes eram as avaliações.

Quem recebia as melhores notas dos clientes, conseguia mais jobs.

Mas o que fazer quando você tem o total de ZERO avaliações? O caminho que o casal Fentanes adotou foi começar pequeno. O primeiro trabalho pagou somente 20 dólares.

O dinheiro, no entanto, não era o objetivo naquele momento. Eles estavam atrás de reviews. E funcionou! Eles adotaram a estratégia de pegar vários trabalhos menores em vez de um grande.

Com isso, em pouco tempo, já tinham várias recomendações. O resultado foi que eles passaram a ser procurados por outros clientes. Clientes que pagavam melhor, diga-se.

Essa parte da história deles mostra que, quando queremos ter mais autonomia, temos que abrir mão do imediatismo para poder ter recompensas maiores no futuro. É preciso pensar em cada passo como um investimento que trará grandes ganhos no médio prazo.

#2 Baby steps

Quando você entra em uma plataforma de freelancers e precisa de grana, corre o risco de pegar mais coisas do que é capaz de entregar. Isso é uma baita cilada.

Quando você quer coisas demais, acaba não conseguindo terminar nada do que começou. Isso, como explicou a Aline, vai corroendo sua autoconfiança. Você começa a se ver como uma pessoa incapaz de gerar valor.

Para não cometer esse erro, o casal decidiu adotar a política de só pegar um novo job depois que terminar o que já estava fazendo. Isso fez bem para o bolso e para mente.

O Henry explicou que, quando você trabalha dessa forma, isso te permite ter uma validação constante. “Com o tempo, você vai percebendo que você faz a diferença na vida de alguém. Dessa forma, você passa a acreditar mais em você. Por isso, é importante buscar ciclos de feedback curtos”.

Baby steps e ciclos curtos de feedback são a base de qualquer estratégia de sucesso. Esse é um ponto que bato sempre com a galera do WTTD. A história do Henry e da Aline só reforça a ideia de precisamos começar pequeno, errar rápido, corrigir a rota e gerar valor. São as pequenas vitórias diárias que nos mantêm firme na caminhada.

#3 Autoconhecimento

“O mais importante é o autoconhecimento. Não tem como você se planejar sem se conhecer”. Essa frase do Henry resume um dos pontos fundamentais para quem quer ter mais autonomia e recuperar o prazer de programar.

Eu defendo muito que o caminho para a realização é pra dentro e pra frente. Primeiro, você precisa entender quem você é e o que você quer. É o que eu chamo de “eu psicológico”. É partir dele que você traça a mapa que vai te levar para ao seu objetivo.

O desafio de vida é vislumbrar coisas, pegar a parte possível e colocar em prática na realidade concreta. E a jornada dos Fentanes mostra isso.

Eles entenderam que queriam ter a liberdade de viver e trabalhar onde se sentissem melhor. Então, começaram a analisar a realidade deles para entender o que era necessário para concretizar esse objetivo.

Eles se permitiram tentar. Como bem disse o Henry, não podemos ter medo de dizer “não”, mas também não podemos ter medo de dizer “sim” para as oportunidades que aparecem no nosso caminho.